Um dos maiores projetos de recuperação ambiental de corpos hídricos com a técnica da biorremediação na América do Sul será realizado em Belo Horizonte (BH), em Minas Gerais. A Millenniun Tecnologia Ambiental, integrante do consórcio Pampulha Viva, será responsável pela aplicação do biorremediador Enzilimp na recuperação da Lagoa da Pampulha, em BH. O contrato entre a prefeitura e o consórcio foi assinado no dia 9 de novembro.

No prazo 10 meses, espera-se que a lagoa tenha seus níveis de contaminação reduzidos, alcançando a classe 3, na qual as águas podem ser destinadas à pesca amadora, à recreação de contato secundário (como iatismo), ou para matar a sede de animais.

A primeira etapa do trabalho será de análise e coleta dos sedimentos da água em diversos níveis de profundidade. As amostras serão analisadas em um laboratório da Alemanha e dois no Brasil. Definido o plano de tratamento, entram em ação os produtos Enzilimp e Phoslock. O primeiro, atuando diretamente na redução dos cloriformes e no DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio. O Phoslock vai agir diretamente no principal nutriente limitante da lagoa, o fósforo, diminuindo o índice de cianobactérias na água, algas e clorofila-A, além de alguns metais pesados, também presentes ali. Com isso, a água da lagoa vai ter um melhor aspecto visual e, consequentemente, uma menor carga poluidora.

Todo o complexo da Pampulha, incluindo a lagoa, está concorrendo a Patrimônio Cultural da Humanidade. Essa etapa de tratamento da lagoa integra as ações necessárias para que a Unesco dê sequência ao processo de tombamento internacional do conjunto projetado por Oscar Niemeyer. A decisão final da Unesco sai em junho de 2016, mas o projeto de recuperação da Lagoa da Pampulha, orçado em R$ 30 milhões, será executado durante os próximos dois anos.

Para a Millenniun, o ano de 2015 caracterizou-se por grandes desafios. Depois do sucesso do uso do Enzilimp na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, aplicado nos dois últimos anos, o contrato para a despoluição da Lagoa da Pampulha consolida o uso da técnica da biorremediação no Brasil.

Além da gaúcha Millenniun Tecnologia Ambiental, o consórcio Pampulha Viva é composto ainda pela mineira CNT Ambiental e a Hidroscience, essa última também sediada no RS.